Doença crescerá mundialmente em índices nas próximas décadas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, responsável por cerca de 9,6 milhões de óbitos anuais, número que tende a aumentar significativamente nas próximas décadas. Estima-se que, até 2040, os casos anuais ultrapassem 27 milhões globalmente. No Brasil, mais de 600 mil novos diagnósticos são registrados a cada ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esse cenário é impulsionado pelo envelhecimento populacional e pelo aumento de diagnósticos precoces, ao mesmo tempo em que avanços tecnológicos têm contribuído para melhorar os índices de cura, hoje variando entre 60% e 68% para muitos tipos de câncer.
O Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em 27 de novembro desde 1988, visa conscientizar a população sobre a prevenção, detecção precoce e tratamento dessa enfermidade. A data também ressalta os desafios e avanços no enfrentamento da doença, como as terapias-alvo moleculares e as novas técnicas de radioterapia que protegem os tecidos saudáveis e minimizam os efeitos colaterais.
Em linhas gerais, o câncer é um termo abrangente para um grupo de mais de 100 doenças caracterizadas pelo crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos, podendo se espalhar para outras partes do corpo. Essas alterações podem ser ativadas por fatores ambientais, como exposição a carcinógenos, e por predisposições genéticas. Ainda que fatores internos desempenhem um papel relevante, estima-se que 80% a 90% dos casos de câncer sejam atribuíveis a causas externas, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e sedentarismo.
Alguns tipos de câncer se destacam pela alta incidência e gravidade. O câncer de pulmão, associado em 90% dos casos ao tabagismo, é o mais frequente globalmente. Já no Brasil, tumores de mama e de próstata são os mais comuns entre mulheres e homens, respectivamente, enquanto o câncer de colo do útero e o de intestino permanecem problemas de saúde pública significativos. A prevenção e a detecção precoce são fundamentais: exames como mamografia, colonoscopia, PSA e papanicolau podem reduzir drasticamente a mortalidade ao identificar alterações iniciais antes do avanço da doença.
A prevenção primária, que busca evitar o surgimento do câncer, é uma estratégia poderosa. Estudos mostram que um terço das mortes por câncer pode ser prevenido por meio de mudanças no estilo de vida. A prática regular de atividade física, mesmo em níveis moderados, tem mostrado efeitos protetores contra diversos tipos de câncer, como os de mama e intestino.
Enfrentar o câncer vai além do diagnóstico e tratamento. A conscientização sobre hábitos saudáveis é um pilar fundamental na redução da incidência da doença. O Dia Nacional de Combate ao Câncer reforça a mensagem de que, com conhecimento, prevenção e acesso a cuidados adequados, é possível não apenas aumentar as taxas de cura, mas também preservar a qualidade de vida dos pacientes.
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