Doenças respiratórias: um alerta que antecede o inverno gaúcho
- Saúde PAS
- há 1 dia
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Faltando menos de um mês para o início do inverno, que começa oficialmente no dia 20 de junho de 2025, o Rio Grande do Sul já enfrenta um preocupante aumento nos casos de doenças respiratórias. A chegada do frio intensifica a circulação de vírus respiratórios e favorece a permanência das pessoas em locais fechados, criando um ambiente propício à transmissão de agentes infecciosos.
Este cenário tem gerado impactos concretos sobre o sistema de saúde: só em 2024, até o momento, foram registradas 4.099 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), com 305 óbitos associados, o que levou o governo do Estado e a prefeitura de Porto Alegre a decretarem situação de emergência na área da saúde.
A tendência é de agravamento com a chegada do inverno propriamente dito. Dados históricos do SUS, analisados pelo jornal Zero Hora, mostram que julho é tradicionalmente o mês com maior número de hospitalizações por doenças respiratórias. A pneumonia desponta como a principal causa de internação no período, com média de 52 casos por 100 mil habitantes. Diante desse panorama, torna-se importante compreender o que são essas doenças, por que se tornam mais frequentes nesta época do ano e, principalmente, como preveni-las.
O que são as doenças respiratórias?
As doenças respiratórias são condições que afetam os órgãos e estruturas do sistema respiratório, como fossas nasais, garganta, traqueia, brônquios e pulmões. Elas podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos, fatores alérgicos, má qualidade do ar, predisposição genética ou estilo de vida inadequado. Essas enfermidades são classificadas em dois grandes grupos: as agudas, que surgem de forma súbita e têm curta duração, como gripe e resfriado; e as crônicas, de evolução lenta e persistente, como asma e DPOC. Ambas podem atingir pessoas de todas as idades, embora crianças pequenas, idosos e imunocomprometidos apresentem maior risco de complicações.
Principais enfermidades e formas de contágio
No contexto atual do Rio Grande do Sul, as doenças mais prevalentes incluem pneumonia, bronquite aguda, bronquiolite, sinusite crônica, rinite, crises de asma, gripe e covid-19. Em comum, todas compartilham a característica de alta transmissibilidade, principalmente em ambientes fechados e com pouca ventilação. A infecção ocorre por gotículas respiratórias, contato direto ou indireto com secreções contaminadas e superfícies infectadas. A permanência prolongada em locais pouco arejados, típica dos dias frios, facilita a propagação desses agentes. Além disso, a baixa umidade e as temperaturas frias prolongam a sobrevivência dos vírus no ar, contribuindo para sua disseminação.
Prevenção é a melhor estratégia
A principal medida preventiva segue sendo a vacinação, especialmente contra a gripe, que ajuda a reduzir o número de casos e a gravidade das infecções. A adesão à campanha de imunização, no entanto, ainda está abaixo do ideal no Estado, o que preocupa especialistas. Também são fundamentais a higiene adequada das mãos — lavando com água e sabão ou usando álcool 70% —, o uso de máscaras em locais com aglomeração, e a ventilação dos ambientes.
Cuidados gerais
Além das medidas específicas de prevenção, manter hábitos saudáveis ajuda a fortalecer o sistema imunológico durante o inverno. Isso inclui alimentação equilibrada, hidratação constante, prática regular de atividade física e vestuário adequado para proteger-se do frio. Evitar choques térmicos e se proteger em dias de vento intenso também são estratégias importantes. Indivíduos com doenças crônicas, idosos e crianças pequenas devem ser monitorados com atenção redobrada. E, em caso de sintomas intensos, como febre alta, dificuldade para respirar ou dor no peito, a orientação é procurar assistência médica de forma imediata. A preparação para o inverno deve começar agora.
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